domingo, 15 de julho de 2012

Nova associação de professores do ensino profissional


A Associação Nacional de Professores do Ensino Profissional (ANPEP) é apresentada oficialmente segunda-feira, no Porto, para preencher um vazio sentido nesta área de ensino, numa altura em que também crescem os receios de despedimentos neste setor.

A ANPEP, entidade sem fins lucrativos, é a mais recente associação de professores e tem como principal objetivo contribuir para a promoção do ensino profissional e melhorar as condições de trabalho dos professores e formadores.
Criadas em 1989, as escolas profissionais surgiram como uma alternativa para os jovens que concluíam o 9.º ano e procuravam uma formação mais técnica e especializada. Atualmente, tentam responder às necessidades do mercado de trabalho.
Teresa Fonseca, presidente da ANPEP, afirmou hoje à agência Lusa que a associação veio preencher «um vazio que havia quanto à regulação daquilo que é o papel do professor no ensino profissional».
E, segundo a responsável, as prioridades para os próximos tempos são: «Tornar muito claro todo o regime jurídico que está associado às escolas profissionais e tornar claro o papel do professor nestas escolas».
«Queremos ter uma voz ativa naquilo que vai ser o futuro do ensino profissional em Portugal», salientou.
Teresa Fonseca referiu ainda que as novas políticas educativas fazem «adivinhar alterações a nível deste ensino e no tipo de oferta formativa que as escolas vão ter de ter» para responder às determinações do Ministério da Educação.
A ANPEP ainda está a fazer um levantamento do número de professores e de escolas profissionais existentes no país. No entanto, a responsável refere que são milhares de docentes e centenas de estabelecimentos de ensino.
E, segundo acrescentou, muitos destes professores estão numa situação débil e precária. Para o próximo ano, os sindicatos e associações que representam os docentes prevêem que muitos professores contratados fiquem sem emprego.
«Se as pessoas que estão nas escolas profissionais, e infelizmente são muitas as que estão em situação de contratos precários, com contratos de prestação de serviços (...) obviamente que podem ver a situação tornar-se complicada no próximo ano», salientou Teresa Fonseca.
A presidente da ANPEP é professora há 23 anos, 20 dos quais na Escola Profissional Profitecla do Porto.
«Desde a criação das primeiras escolas profissionais em Portugal, há 23 anos, têm sido muitos os esforços desenvolvidos com o objetivo de melhorar a qualidade e promoção do ensino profissional, mas sentimos que ainda há muito trabalho pela frente», frisou.
Na apresentação oficial desta associação vão marcar presença José Alberto Coimbra, diretor da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, e Joaquim Coimbra, ligado à criação do ensino profissional, como membro do extinto Gabinete de Educação Tecnológica, Artística e Profissional (GETAP).
Diário Digital / Lusa

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