quinta-feira, 20 de junho de 2013

Grupo de Alto Nível da UE: formar professores para o ensino

LISBOA – O Grupo de Alto Nível da UE sobre a Modernização do Ensino Superior publica hoje o seu primeiro relatório sobre a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem nas universidades. O Grupo, presidido pela antiga presidente da Irlanda Mary McAleese, formula 16 recomendações (ver anexo 1), incluindo um apelo à formação obrigatória certificada dos professores e outro pessoal docente do ensino superior, uma maior focalização na ajuda dada aos estudantes para desenvolverem competências empreendedoras e inovadoras e a criação de uma Academia Europeia do Ensino e da Aprendizagem.

in Local.pt


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Androulla Vassiliou, Comissária Europeia responsável pela Educação, Cultura, Multilinguismo e Juventude, declarou: «Ao criar este Grupo procurei estimular novas formas de pensar e ideias. As recomendações emitidas pelo Grupo são oportunas, práticas e não exigem necessariamente uma elevada despesa adicional. Garantir um ensino de qualidade nos nossos sistemas de ensino superior e formação é crucial para que os estudantes adquiram a combinação certa de competências para o seu futuro desenvolvimento pessoal e profissional. A Comissão tudo fará para apoiar a aplicação destas recomendações.»
Mary McAleese, presidente do Grupo, acrescentou: «A qualidade do ensino e da aprendizagem depende de indivíduos dedicados e de instituições dedicadas, apoiados por políticas centradas no ensino e na aprendizagem. O pessoal docente do ensino superior precisa de receber a formação e o apoio de que necessitam para poderem realizar um trabalho excelente. O nosso relatório mostra que isto é possível.»
O Grupo, instituído pela Comissão em setembro último, efetuou uma consulta alargada junto das partes interessadas no âmbito das suas atividades. Constatou que muitas instituições de ensino superior atribuem insuficiente ênfase ao ensino em comparação com a investigação, embora ambos sejam missões essenciais do ensino superior. «Devemos reequilibrar esta situação. É preciso atribuir maior relevo e reconhecimento ao contributo do ensino para a determinação do mérito académico, especialmente em termos de carreira», declarou a Comissária. «Congratulo-me, pois, com a proposta de que todos os professores do ensino superior sejam ensinados a ensinar.»
Próximas etapas
O Grupo de Alto Nível iniciará agora os trabalhos relativos à segunda parte da sua missão, que pretende essencialmente maximizar o impacto dos novos métodos utilizados na prestação de um ensino superior de qualidade, como os cursos abertos em linha («massive open online courses» ou «MOOC»), que permitem às pessoas aceder ao ensino superior a partir de suas casas. Parceiros de 11 países lançaram recentemente o primeiro MOOC pan-europeu, com o apoio da Comissão Europeia (IP/13/349). O próximo relatório do Grupo de Alto Nível deverá ser publicado em junho de 2014.
Contexto
O trabalho do Grupo de Alto Nível está integrado na estratégia da Comissão para apoiar a modernização do ensino superior nos Estados-Membros. Foram já alcançados numerosos progressos neste domínio. O Processo de Bolonha, por exemplo, facilitou a deslocação dos estudantes ao estrangeiro para fins de estudo e o reconhecimento das suas qualificações em toda a Europa. Um novo sistema pluridimensional de classificação das universidades, lançado pela Comissão e cujos primeiros resultados deverão ser publicados no início do próximo ano, irá facilitar a comparação entre universidades, para que os estudantes possam fazer uma escolha mais informada acerca do estabelecimento onde desejam estudar.
A Agenda Europeia para a Modernização do Ensino Superior, aprovada pelos ministros da Educação em 28-29 de novembro de 2011, identifica as áreas a desenvolver pelos países da UE tendo em vista a realização dos objetivos comuns e indica de que forma pode a União Europeia apoiar as suas políticas de modernização. As prioridades incluem uma maior qualidade e relevância do ensino superior, que garanta o ajustamento dos currículos às necessidades dos estudantes, dos empregadores e das carreiras do futuro, e o aumento do número de diplomados. A Agenda promove uma cooperação mais estreita entre as universidades, as empresas e os centros de investigação. Insere-se na estratégia mais ampla da Comissão «Europa 2020», que visa promover o crescimento e o emprego, e para a qual a educação pode dar um contributo essencial.
O novo programa para a educação, formação, juventude e desporto, Erasmus para Todos, que deverá iniciar-se em janeiro, apoiará a reforma das políticas dos Estados-Membros, em especial a melhoria dos dados factuais que sustentam a elaboração das políticas e o intercâmbio de boas práticas. O programa deverá beneficiar de um orçamento de cerca de 14,5 mil milhões de euros, no período 2014-2020, ou seja, mais 40 % do que os atuais programas, e permitirá atribuir bolsas a 4 milhões de pessoas, seja relacionadas com a obtenção de experiência internacional, seja com o desenvolvimento de competências através de programas de estudo, formação ou voluntariado no estrangeiro.
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